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Conheça a lenda do Milagre de Santarém

Esta pequena âmbula foi colocada numa custódia de prata dourada onde ainda hoje se encontra. No ano de 1997, por decisão do 1º Bispo de Santarém, D. António Francisco, a Igreja de Santo Estêvão foi elevada a Santuário do Santíssimo Milagre de Santarém.

Com aprovação Eclesiástica

A História do Milagre

A Igreja do Santíssimo Milagre situa-se num dos locais mais antigos do burgo escalabitano. Esta antiguidade é atestada pelas características da malha urbana e pelas construções que a rodeiam. Este edifício religioso está intimamente relacionado com a Lenda do Milagre de Santarém, ocorrido em meados do século XIII e que relata o roubo e a profanação de uma hóstia consagrada por uma residente nesta paróquia. A origem medieval desta igreja, primitivamente gótica, manifesta-se pela presença dos arcos apontados, ainda visíveis no transepto.

No século XVI a igreja conheceu uma campanha de tal modo profunda que talvez seja mais correto falar-se duma reconstrução. Dela resultou um espaço renascentista por excelência. Mais tarde, na primeira metade do século XVIII o templo foi objeto de uma campanha barroca, cuja incidência se fez em particular nos retábulos e no coro. Desde então várias têm sido as intervenções de conservação e limpeza resultantes da ação conjunta das entidades eclesiásticas e estatais.

A estreita ligação do edifício ao Milagre de Santarém, ocorrido em 1247 ou em 1266, tem feito dele um lugar de culto e peregrinação particularmente devoto, característica que ainda hoje se mantém. O fervor místico-religioso foi partilhado por numerosos monarcas portugueses que, nas suas deslocações a Santarém, não se prescindiam de uma visita ao Santíssimo Milagre.

Reza a história que...

No ano de 1247, vivia em Santarém uma pobre mulher, a quem o marido muito ofendia, andando desencaminhado com outra. Cansada de sofrer, foi pedir a uma bruxa judia que, com os seus feitiços, desse fim à sua sorte.

Prometeu-lhe esta remédio eficaz, para o que necessitava uma Hóstia Consagrada. Depois de naturais hesitações, consentiu no sacrilégio a pobre mulher; foi à Igreja de Santo Estêvão, confessou-se e pediu Comunhão. Recebida a Sagrada Partícula, com suma cautela a tirou da boca, embrulhando-a no véu. Saiu prestes, da Igreja, e encaminhou-se para a casa da feiticeira. Mas, então, sem que ela o notasse, do véu começou a escorrer Sangue, que, visto por várias pessoas, as levou a perguntar à infeliz que ferimentos tinha que tanto sangue jorravam. Confusa em extremo, corre logo para casa, e encerra a Hóstia Miraculosa numa das suas arcas.

Passou o dia, entretanto, e, à tarde, voltou o marido. Alta noite, acordam os dois, e veem a casa toda resplandecente. Da arca saíam misteriosos raios de luz. Inteirado o homem do ato pecaminoso da mulher, de joelhos, passaram o resto da noite, em adoração.

Mal rompeu o dia, foi o pároco informado do prodígio sobrenatural. Espalhado o sucedido, meia Santarém acorreu pressurosa a contemplar o Milagre. A Sagrada Partícula foi então levada, processionalmente, para a Igreja de Santo Estêvão, onde ficou conservada dentro de uma espécie de custódia feita de cera. Mas, passado tempo, ao abrir-se o Sacrário para expor à adoração dos fiéis o Santo Milagre, como era costume, encontrou-se a cera feita em pedaços, e, com espanto, se viu estar a Sagrada Partícula encerrada numa âmbula de cristal, miraculosamente aparecida.

Esta pequena âmbula foi colocada numa custódia de prata dourada onde ainda hoje se encontra. No ano de 1997, por decisão do 1º Bispo de Santarém, D. António Francisco, a Igreja de Santo Estêvão foi elevada a Santuário do Santíssimo Milagre de Santarém.